Choplifter é uma das minhas séries de jogos preferidos. Comecei jogando
desde o arcade deste jogo até a última versão em HD para as novas plataformas.
Neste artigo, vou mostrar toda a história de criação e analisar todas, ou quase
todas, versões deste excelente jogo. Coloque seu capacete, ligue os motores e
clique em CONTINUE LENDO para conhecer tudo sobre Choplifter.
Linda capa do jogo para o SNES |
Vietnã... A guerra dos
helicópteros, simbolizada pelo famoso helicóptero Huey (UH-1). Nesta época foi
que o mundo viu pra que serviam essas máquinas versáteis e poderosas. Tiveram o
papel decisivo na remoção de combatentes
Helicóptero Huey em ação no Vietnã |
feridos, desembarque de tropas,
fornecimento eficiente de suprimentos e munição, onde ao decorrer da guerra
foram modernizando em sua capacidade de combate, com foguetes e metralhadoras
para apoio aos combates terrestres. Com isso, o helicóptero acabou se tornando
um símbolo de poder nas forças armadas, sendo responsável por uma importante
divisão militar: a “cavalaria aérea”.
Por ser uma máquina que desperta um
fascínio pelas pessoas, obviamente o helicóptero começou a fazer parte de
muitas histórias e ficções em todos os formatos e mídias. Foi o verdadeiro
herói em muitos filmes onde precisava resgatar o mocinho.
Indo além dos filmes, ficou claro que o
helicóptero se encaixaria muito bem em jogos de vídeo game. E foi isso que
aconteceu...
Criação do jogo
Como é de se imaginar, tudo começou com
um jovem “nerd” fascinado por helicópteros. Em 1981, Dan Gorlin, 27 anos de idade
com um currículo de dar inveja, terminou uma temporada trabalhando com pesquisa
de inteligência artificial para a RAND Corporation durante 3 anos, quando viu
que estava com tempo de sobra e sem urgência para conseguir outro emprego.
Enquanto ele ficava em casa aguardando potenciais compradores de sua casa em
Los Angeles, que ele e sua esposa haviam colocado à venda aproveitava o dia
mexendo e aprendendo no microcomputador Apple II que era emprestado do seu avô
que mal sabia ligar.
Dan Gorlin - Criador de Choplifter |
Ao contrário do que pensam, Gorlin
não era “chegado” em vídeo game, ele aproveitava o tempo com o Apple II fazendo
o que ele sabia fazer de melhor, programar. Neste tempo rapidamente aprendeu a
criar e manipular gráficos em bitmap. Como Gorlin era fascinado por
helicópteros, ele começou desenvolvendo um programa que permitia que um jogador
voasse em um helicóptero controlado pelo joystick. No início, ele tentou programar
uma visão do piloto, mostrando a visão do cockpit em três dimensões, mas acabou
desistindo dessa desgastante programação que era muito complicada para os
hardwares muito limitados na época. Então continuou com uma visão simples em
terceira pessoa do seu pequeno helicóptero.
Gorlin notou que precisava de uma
renda e que podia ganhar dinheiro fazendo um jogo para o Apple II. Estava ai
uma oportunidade que podia transformar seu simulador em um jogo real com
desafios e um objetivo. Mais tarde ele adicionou um cenário, uns tanques
inimigos e aviões para atirar, mas viu que ainda faltava alguma coisa. Foi
então, que ele mostrou o seu simulador para um garoto que ele havia contratado
para arrumar seu carro. “Você deve ter alguns homens para pegar”, disse o
garoto – como em um de seus jogos de arcades favoritos famoso na época
“Defender”.
Como Gorlin não conhecia vídeo games
e muito menos o jogo mencionado pelo garoto, tratou de ir investigar este
arcade de Defender.
Para quem não conhece o jogo "Defender" segue o vídeo mostrando o game:
Para quem não conhece o jogo "Defender" segue o vídeo mostrando o game:
Notaram a semelhança com Choplifter?
Defender foi a fagulha que faltava
para completar seu jogo, fez ele pensar em um objetivo novo e único para o seu
jogo. Em vez de pontuar por destruir inimigos, ele fez por resgatar reféns
desarmados.
Apesar de “Defender” ter servido de
inspiração para a criação de seu jogo de helicópteros, Dan Gorlin disse em uma
entrevista que não gostava de copiar o que outras pessoas faziam. Choplifter,
foi um jogo original, mais puxado para estratégia do que a maioria dos jogos de
ação da época (link da entrevista).
Outro fato (negado por Gorlin) que pode ter tido influência em seu jogo, foi o caso do resgate mau sucedido de reféns norte americanos em Teerã em 1980, após a revolução Iraniana. A missão com seis helicópteros se transformou em um fiasco infame que custou a vida de oito soldados americanos, sem ter contato com um único refém sequer. Em Choplifter seria a chance de voltar à fase da missão e desta vez acertar.
Outro fato (negado por Gorlin) que pode ter tido influência em seu jogo, foi o caso do resgate mau sucedido de reféns norte americanos em Teerã em 1980, após a revolução Iraniana. A missão com seis helicópteros se transformou em um fiasco infame que custou a vida de oito soldados americanos, sem ter contato com um único refém sequer. Em Choplifter seria a chance de voltar à fase da missão e desta vez acertar.
Em apenas seis meses de
desenvolvimento, Choplifter foi criado. No final de 1981 todos os conceitos
básicos já haviam sido implementados. Convencido de que podia ganhar algum
dinheiro com o jogo, Gorlin enviou seu protótipo para a Broderbund (na verdade
a letra ”o” tem um risco, mas não consigo representar aqui no texto), no qual
tinha uma estreita relação.
A Broderbund foi uma influente
empresa americana de jogos de computador
e softwares educativos que foi fundada em 1980. Ainda novata na época de
Choplifter, tinha sido responsável pelo desenvolvimento dos jogos Galactic
Empire, Apple Panic. Mais tarde ficaria conhecida também pelos famosos jogos
Lode Runner, Karateka, Prince of Persia, Myst, série Carmen San Diego entre
outros.
Karateka - Atari 7800 |
Lode Runner - Arcade |
Choplifter!
Choplifter! |
Boa parte da empolgação do jogo é
pelo fato de não ser apenas mais um mero jogo de ação, ele foi algo diferente
da maioria dos seus jogos concorrentes e tinha um tema original. Além disso,
entrou em sintonia com algo que estava encravado na mente das pessoas nos anos
80 (pelo menos norte americanos): o resgate de reféns por helicópteros. Era a
chance para se tornarem heróis novamente.
Não esperem de Choplifter uma
história complexa e convincente. A trama segundo o manual é:
"Em uma área que compreende de a
poucas milhas do leste da Patagônia até ao sul de Curdistão, é controlado
pelo Império Bungerling. Esta nação com ideologia militares, sequestrou uma
delegação de 64 pessoas da Confererência das Nações Unidas sobre a Paz e
Proteção as Crianças.
Um antigo tratado entre os Estados
Unidos e os Burgelings permite que o Serviço Postal dos Estados Unidos
mantenham um centro de distribuição em uma área que está próxima de onde os
reféns estão presos. Você conseguiu contrabandear um helicóptero inteiro
para o centro postal disfarçando as peças por uma máquina de triagem de correios.
Após remontar seu helicóptero, você cuidadosamente planejou resgatar os 64
reféns e trazê-los de volta ao centro postal.
Desnecessário não? Chega a ser cômico
o jogador com um helicóptero dos correios, armado com uma metralhadora saindo
para combater tanques e aviões. Provavelmente esta trama não foi escrita pelo
Dan Gorling.
Valendo como curiosidade os
"Burgelings" são os inimigos padrões dos jogos da Broderbund, onde
aparecem em alguns jogos desta desenvolvedora. Será que há alguma relação de
Choplifter com os outros jogos? Nem pensar.
Como já foi previamente explicado, Choplifter
é um jogo onde o jogador controla um helicóptero visto em terceira pessoa com o
objetivo de resgatar pessoas em meio a um cenário de guerra. Ante isso, há um
fator mais "humano" nesta desafiadora tarefa... No jogo não há um
contabilizador de inúmeros pontos com sete dígitos ou um “leaderboard”, mas sim
mostradores de quantos reféns estão no helicóptero, quantos estão salvos na
base e a quantidade de mortos. Sim... No fim a única forma de comparar o
desempenho do jogador é relacionando a quantidade de pessoas resgatadas com o
saldo de mortos.
Em Choplifter, conforme a história há
no total 64 reféns no jogo inteiro. A cada caserna ou quartel ficam 16 deles
que estão espalhados pelo cenário para ser resgatados. É necessário que o
jogador "abra" estas construções para libertar os reféns sem que os
matem. Todos os 16 reféns de cada construção devem ser salvos ou estar mortos
para poder prosseguir para o seguinte.
O helicóptero responde logicamente
para cima, baixo e para os lados movendo o controle do joystick. Há 2 posições
em que o helicóptero pode ficar: virado para ambos os lados, para poder se
movimentar rapidamente e atacar os aviões e com a frente do helicóptero voltado
para frente, chamado de "tank attack", para melhorar a precisão dos
tiros sobre os tanques de guerra.
Mas só resgatar pessoas pelo jogo não é
nada divertido, três tipos de inimigo do jogo vão tentar atrapalhar sua nobre
missão. À medida que a missão do jogador vai se completando, os Burgelings
(toda hora que escrevo esse nome eu me lembro de Burguer King) vão reforçando
suas unidades, tornando cada vez mais difícil ficar inteiro. Os tanques que
surgem em um plano mais abaixo na tela, vão tentar destruir seu helicóptero e
de quebra podem também matar os reféns com seus tiros. Os aviões são outro tipo
de inimigo que aparecem, eles dão rasantes e igualmente podem matar os
inocentes. Mas diferentemente do tanque, eles aparecem com menos frequência e
só vão começar a surgir quando a primeira "leva" for resgatada. Por
último e o mais mortais dos inimigos são os drones de minas aéreas... É o único
veículo inimigo que pode te atacar adentro da fronteira de sua base.
Um ponto de destaque para os gráficos
de Choplifter são os próprios reféns. Da a sensação de que aqueles pequenos
contáveis pixels brancos sem definição estão vivos, acenando desesperados implorando
por sua ajuda. Ao chegar perto vemos pularem e ao pousar, todos eles começam a
correr freneticamente em sua direção.
Choplifter foi portado para muitas
outras plataformas entre 1982 e 1987... Eu até diria que foi prostituído (no
bom sentido), pois a lista não é pequena (fonte: wikipedia):
System
|
Year of
release
|
Apple II
|
1982
|
Atari 5200
|
1982
|
Atari 7800
|
1987
|
Atari 8-bit
|
1982
|
Atari XEGS
|
1988
|
ColecoVision
|
1984
|
Commodore 64
|
1982
|
Commodore VIC-20
|
1982
|
NES
|
1986
|
SEGA Master
|
1986
|
MSX
|
1985
|
Arcade
|
1985
|
Até a chegada para a versão
de arcade em 1985, todas as versões foram ports originais com pequenas mudanças
técnicas de cada plataforma, com exceção do Atari XEGS, onde houve uma evolução
gráfica mais significativa.
Choplifter para Atari XEGS |
Arcade de Choplifter |
As mudanças não ficaram
somente nos gráficos. Vários elementos na jogabilidade foram retrabalhados ou
modificados, sendo a principal delas a inclusão, necessária (tendo em vista ser
um arcade) de um sistema de pontuação pelo resgate dos reféns e destruição de
inimigos. Outras mudanças foram à inserção de um medidor de combustível (para
servir como limitador de tempo e sensação de urgência) e a quantidade de reféns
por cada construção passando para apenas 8. Quando completa 20 reféns
resgatados, o jogador avança de cenário.
Efeito "paralax" ao estremo com Choplifter Arcade |
A abordagem da SEGA provou ser a mais acertada,
conseguiram equilibrar o espírito do original com as necessidades do mercado de
jogos eletrônicos, e o resultado é considerado por muitos como a versão
definitiva de Choplifter. Vale ressaltar que Choplifter foi um dos poucos casos
que teve uma “rota reversa”, ou seja, primeiro surgiu em plataformas domésticas
(home systems) e depois que foi portado para o arcade.
Capa de Choplifter para Master System |
Versão do Master System não ficou devendo nada |
Aqui fica uma curiosidade: no Master
System é a primeira vez o jogador pode saber o modelo ou nome do helicóptero.
Conforme o manual do game ele é chamado de “Hawk Z”.
Para não deixar o Japão pra trás, a
Jaleco conseguiu direitos para portá-lo para o NES, mas diferentemente do
Choplifter para o Master System, acabou ficou um jogo ruim. Aparentemente
baseado na versão da SEGA, parecia que estava a uma geração atrás.
Tudo isso pode ser simplificado com
este vídeo que mostra a evolução de Choplifter em cada uma de suas versões:
Choplifter II
Depois de 9 anos de ports de
Choplifter, viram que estava na hora de inovar um pouco. Em 1991 a Beam
Software desenvolveu o Choplifter II para o portátil Game Boy , sendo o
primeiro portátil a receber este jogo.
Apesar de rodar em um portátil
monocromático, em Choplifter II houve inúmeras melhorias significativas tanto
na parte gráfica quanto na jogabilidade. Deixou de ter uma ação mais rápida e
frenética e passou a ser mais cadenciado, exigindo mais cuidado ao aproximar
dos reféns e uma maior exploração, isso muito pela própria característica do
novo terreno.
Cenários mais elaborados. |
Por falar no terreno e no cenário
como todo, é ai onde houve a maior mudança no game. Não é mais um plano, agora
o cenário tem níveis de altura e mais estruturas que exigem maior perícia do
piloto. Têm vulcões, morros, árvores, construções maiores e mais elaboradas,
níveis e subníveis para maior exploração. Cada cenário conta com suas próprias
características de terreno, por exemplo, no deserto há coqueiros, nas cavernas
tem as galerias com estalactites, na cidade tem arranha-céus e assim por
diante.
Choplifter II tem 5 cenários cada um
com 3 fases, totalizando 15 fases ao todo.
Setor 1 – Deserto
Setor 2 – Cavernas
Setor 3 - Oceano
Setor 4 - Selva
Setor 5 - Cidade
Setor 4 - Selva
Setor 5 - Cidade
Para cada setor é apresentado uma
pequena animação, melhor dizendo, uma simples imagem mostrando um resumo do que
tem pela frente. Também há uma animação de um mapa geral, mostrando a transição
entre os setores ou cenários.
Além dos cenários, também há uma
maior variedade de inimigos. Tanto que alguns parecem ter saído de jogos com
temática menos realística como Super Mario, Chip n´ Dale, etc. Então o jogador
tem que estar preparado para esquivar de macacos atirando cocos, nuvens de
tempestade soltando raios e pequenas aves... Sim aves, por que não? Podemos
derrubar aviões, porque não helicópteros? Além disso, há também os inimigos
mais tradicionais como canhões antiaéreos, tanques, aviões e outros
helicópteros. Outra importante inclusão no jogo são os projéteis ou obstáculos
que o próprio ambiente pode lançar no jogador: vulcões lançam pedras para o
alto, chaminés expelem chamas, etc...
Cuidado com o macaquinho em cima da árvore |
Neste jogo os inimigos não fazem mais
parte de uma facção (Burguer Kings... quero dizer, Burgelings), nem ao menos é
apresentado uma história no jogo... Na verdade nem o primeiro Choplifter, mas a
história estava no manual. Acreditamos então, que não se trata mais da mesma
trama do primeiro jogo, pois neste há bem mais de 64 reféns ao longo do jogo
todo.
Na parte da pilotagem do helicóptero
não mudou muita coisa, permanece o mesmo tipo de controle da aeronave com
visões laterais ou de frente, mas uma pequena mudança na mecânica para se
adaptar aos novos cenários. Apesar disso, também houve uma evolução quanto ao
armamento. O helicóptero agora conta com diversidade de armas cerca de: bombas,
mísseis, power ups e também uma cordinha para auxiliar no resgate dos reféns.
B- Bombas
M- Mísseis
S- Invencibilidade
I-Invisibilidade
F-Fogo (Napalm)
R- Corda
R- Corda
A contagem de pontos foi herdada dos
seus antecessores mais atuais. No início e final do game é mostrado um
“leaderboard” com a classificação geral dos jogadores.
Choplifter III (Game Boy e Game Gear)
Nota: Não confundir com o Choplifter
III do Super NES, esse sim merece uma sessão inteira só para este jogo.
Choplifter III pode ser considerado
apenas uma expansão de Choplifter II. Desenvolvido pela Teeny Weeny Games e a
Beam Software em 1994 apenas na Europa, o jogo continua com os mesmos cenários,
mesma jogabilidade e mesmos inimigos. Houve apenas um trabalho de redesign das
fases e a inclusão de alguns armamentos. Além de contar com os mesmos tipos de
munições e powerups do jogo anterior, foi adicionado os seguintes itens:
C – Bombas duplas com paraquedas.
H - Mísseis teleguiados.
Z – Bomba especial (destrói tudo)
Outro fator de mudança importante foi à
distribuição das fases: ao invés de percorrer 3 fases seguidas do mesmo cenário
até mudar o cenário , neste jogo percorre-se 1 fase de cada cenário até acabar
os 5 cenários, para então entrar na 2 fase de cada cenário novamente.
Exemplificando de uma melhor forma: setor 1 da área 1, setor 1 da área 2, ...,
setor 2 da área 1, setor 2 da área 2,..., setor 3 da área 4, setor 3 da área 5
(lembrando que área=cenário).
Poucas mudanças. |
Também houveram algumas mudanças sutis no mostrador de energia e novas animações de entrada e fases do jogo.
A SEGA não queria ficar só no primeiro
jogo... Em 1995 também pela Teeny Weeny Games foi lançado para o portátil Game
Gear. Esta versão é um port, idêntico a do Game Boy, mas com gráficos
melhorados e coloridos, aproveitando o hardware superior que este portátil
tinha em relação ao Game Boy.
Choplifter III – Rescue Survive (SNES)
Choplifter III: Rescue Survive do
SNES também foi lançado em 1994 pela mesma desenvolvedora e é querido por
muitos, se não todos (inclusive para quem está escrevendo está análise :-). Ao
contrário do outro jogo com o mesmo nome, este sim teria algo de novo a
oferecer aos fãs. Seria também a primeira oportunidade da série em uma nova
geração de hardware depois de estar confinado aos 8 bits por tanto tempo.
Graficamente falando, Choplifter III
obteve todas as melhorias que o poder dos 16 bits pode oferecer, deixando os
ambientes mais detalhados e envolventes, melhores animações, representando
melhor um cenário de guerra. Apesar das melhorias, os gráficos não fazem parte
de nenhuma revolução gráfica para os padrões do SNES, ainda mais, quando
comparados a outros jogos da mesma época ou até mais antigos. Por ser da mesma
desenvolvedora, acabou seguindo a mesma linha do Game Boy sem o belo efeito de
paralax da SEGA, mas em contrapartida ganhou muitos detalhes.
Em comparação com outros
“Choplifter´s” com gráficos coloridos, este jogo ficou com um ar mais “sério”,
com tons das cores mais escuros e menos vivos. Essa mudança deixou o jogo com
um aspecto mais realista e desafiador. Os ambientes das fases ganharam um
cenário de fundo bem feito que mudam de acordo com o ambiente. Já o
protagonista alado do jogo mudou... Passou a ser um helicóptero de assalto
imponente ao invés de um simples helicóptero (do correio) armado, ganhou
algumas pequenas animações da transição quando vira para os lados e na rotação
das hélices.
Agora sim, um helicóptero de respeito! |
Mas só de gráficos não fizeram ele
ser um notável jogo de SNES... Ok, os objetivos e a mecânica permanecem as
mesmas: resgatar reféns e a mecânica de vôo, mas para fazer jus ao novo game da
franquia , houveram inclusões muito bem vindas. A variedade de inimigos agora
aumentou bastante, podendo o jogador se deparar com tanques, aviões,
helicópteros e canhões de diferentes tipos, e também humanos com metralhadoras
e lança míssil. Boa parte deles agora fica em locais estratégicos para
atrapalhar ainda mais no avanço do jogador. Mas de longe, a melhor inovação na
série, foi à inclusão de chefões!!!
Bem ao melhor estilo dos “shoot n´up´s” tradicionais, os chefões são enormes, poderosos e exigem estratégias para derrotá-los. São tanques, hovercrafts, canhões e alguns são próprias construções fixas com vários armamentos montados... Estes geralmente possuem um ponto fraco. Os chefões, assim como qualquer outro (ou não), tem uma diversidade de ataques e precisam de vários tiros para derrotá-los (vão mudando de cor à medida que vai tomando mais danos).
Além disso, continua a mesma
variedade de armamentos e power-ups, com algumas diferentes:
-Bombas
-Napalm
-Bola de fogo que se espalha em
projéteis menores
-Míssel
-Míssel Teleguiado
-Contra-medida (para fugir dos
mísseis inimigos)
-Invencibilidade
-Vida extra
Em Choplifter III Rescue Survive é que
realmente sentimos a falta de uma história. Continuam os mesmos cenários que o
jogo anterior e ainda reduziram uma, ou melhor, uniram duas em uma só,
totalizando em apenas 4 áreas. Em compensação, aumentaram a quantidade de fases
por área para 4. Então quem vier do jogo do Game Boy não terá novidade neste
quesito.
A dificuldade do jogo
aumentou consideravelmente, mas agora é possível selecionar o nível de
dificuldade nas opções. Na versão americana e europeia só possuem os níveis
"Practice" (praticar) e "Normal", enquanto, na versão
japonesa já conta com "Easy", "Normal" e
"Difícil". Além disso, na versão japonesa, já mesmo no nível fácil o
jogador tem que tomar cuidado para não acertar os tiros nos reféns... Se a
quantidade de reféns que estiver disponível na fase for menor que a quantidade
do objetivo, já era... Perdeu uma vida e reinicia a fase.
Choplifter HD
Passaram-se 3 gerações de consoles e
os fãs acharam que nunca mais veriam Choplifter em seus novos consoles. Até que
em 2010 foi a chance da inXILE Entertainment e Konami trazer Choplifter de
volta ao cenário de games, desta vem em "3D", com gráficos de alta
definição e consultoria de ninguém menos que o próprio criador da série: Dan
Gorlin.
Lançado inicialmente para Live Arcade
do Xbox 360 e PC, Choplifter HD foi uma reformulação completa da série, mas
mantendo a mesma essência de arcade. Tudo que foi visto nos jogos anteriores
foram readaptados.
Conclusão
Choplifter é uma série que teve seu
período de auge, mas que desde o fim do Super NES acabou ficando no
esquecimento... No entanto muita gente mais nova acha que Choplifter HD é
apenas mais um jogo novo. Não sabem da rica história que teve por trás e a
importância que teve no mundo dos videogames.
Assim como qualquer ideia que fez
sucesso, Choplifter acabou deixando alguns filhotes como: Desert Strike, Rescue
Raiders, Air Rescue entre outros.
Enfim, para quem gosta de jogos de ação
com uma pequena dose de estratégia recomendo este excelente jogo. Qualquer
complemento ou dúvida podem deixar nos comentários. Espero que tenham gostado.
Valeu.
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Texto muito bom com detalhes de sobra pra quem não conhecia a franquia. Eu só joguei o terceiro no SNES quando criança e devo confessar que nunca fui muito fã do game mas não o considero ruim, ele tem uma boa jogabilidade.
ResponderExcluirEu joguei bem pouco esse ai, mas adorei o post, eu joguei mais o Desert Strike que parece que foi inspirado nesse ai né? enfim ótimo trabalho mano, começou muito bem aqui na equipe 0/
ResponderExcluirOpa valeu!
ResponderExcluirApesar do Desert Strike ser um jogo bem diferente, ele acabou pegando emprestado esses elementos de resgate do reféns.
Não quis mencionar no texto, pois senão ia prolongar muito e podia tirar o foco do game, mas tem um jogo chamado Air Rescue, que é a tentaiva da SEGA fazer seu prórpio Choplifter em 3D... isso em 1992. Vejam só que bacana: http://gaminghell.co.uk/AirRescue.html