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25 de setembro de 2025

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Eien no Filena é o Final Fantasy da Shopee?


Imagina o seguinte. Você jogou boa parte dos melhores RPGs do Super Nintendo. Jogos bons e com motivos de sobra pra serem considerados os melhores, mas agora você está num dilema. Você tem duas opções, ou joga algum dos referidos melhores RPGs e fica na sua zona de conforto ou então vai pro modo de exploração. Vai lá ver o que mais você pode encontrar na biblioteca do console em questão considerando o que ele pode te oferecer de RPG. 

As experiências vão ser mistas. Você pode ter uma surpresa ou sair com raiva da sua escolha… mas como foi a minha experiência com o jogo deste artigo? Continue lendo aí e veja como foi… 



Arte da caixa do jogo

Eien no Filena é um RPG que foi lançado com
exclusividade no mercado japonês no ano de 1995.
Desenvolvido e publicado pela Tokuma Shoten Intermedia temos um jogo baseado numa série de livros de mesmo nome. Escritos por Takeshi Shudo, Eien no Filena foram publicados entre os anos de 1985 e 1994 totalizando 9 volumes. Infelizmente eu não pude ler os livros, mas creio que o que temos no jogo seja um belo resumo da obra com algumas alterações necessárias. 


A partir deste ponto, você poderá encontrar spoilers no texto. Vou evitar ao máximo, mas não posso garantir nada. “teje” avisado. 


Para nos situar no contexto do jogo vamos resumir a história da seguinte forma.

“Num mundo distante do nosso porém não menos bonito, o Império Devis obteve êxito em sua campanha de dominação mundial. Continentes inteiros junto dos seus reinos e seus povos, suas culturas, tudo sucumbiu ao poder militar e tecnologia avançada do império. 

Agora a humanidade é dividida em duas classes, os cidadãos imperiais ou colonialistas vivem com todas as regalias possíveis enquanto o restante da humanidade é jogada numa classe chamada Clechia (Cretia em algumas traduções) e como toda a classe escrava, todo tipo de trabalho, desde os domésticos até os mais pesados e perigosos, são destinados aos que não são mortos por desobediência.”


Parte de trás da caixa do jogo com
artes da Filena e da Lila

E nesse mundo distorcido a nossa história dentro do jogo começa 6 anos depois da conquista imperial. Na cidade de Dora além da exploração padrão com os Clechia temos um diferencial, aqui homens são treinados desde pequenos para se tornarem gladiadores, assim eles são forçados à participar de lutas até a morte no coliseu. Ao vencedor algumas regalias são dadas como uma esposa e uma casa na periferia da cidade, ao derrotado provavelmente nem um funeral digno. 


Quando finalmente tomamos o controle da nossa protagonista, Filena, já estamos em um combate. Apesar de ser uma menina, ela está sendo criada como menino pelo seu avô Zena, que a treina para ser um gladiador porque segundo ele, ela tem uma missão à cumprir. Mais 10 anos se passaram e Filena terminou seu treinamento. Agora, às vésperas de sua estreia na arena, os organizadores das lutas dão aos lutadores uma prostituta, sim, não tem porque fazer cerimônia aqui, as mulheres Clechia também são treinadas para esse tipo de atividade. E é assim que conhecemos Lila, que descobre o segredo de Filena. E daqui em diante você vai jogar se quiser saber o que vai acontecer… 


Tela de título


Agora que temos uma noção do enredo do jogo, vamos logo ao ponto mais importante, a jogabilidade, e desde já vamos destacar um detalhe. Eien no Filena se inspira e muito nos jogos da franquia Final Fantasy pra trabalhar elementos da jogabilidade, especialmente nos jogos que saíram no SNES. Você vai perceber ao longo do texto que alguns elementos até passam do fator inspiração para cópia mesmo. Como eu gosto muito dos FF clássicos vou estar sempre fazendo comparações onde for possível. Vamos ver onde os produtores de Eien no Filena foram criativos, onde pegaram bons elementos da franquia da Square e onde a imitação não está à altura do original. 


RPG é tudo igual?

Comecemos então falando do básico. O jogo não foge da fórmula comum dos RPGs do SNES, ou melhor dizendo, dos RPGs japoneses em geral. Andamos pelo mundo, conversamos com NPCs, passamos por cidades, vilas, cavernas e masmorras, claro que tudo ambientado na proposta do jogo em questão.
Enfrentamos batalhas contra inimigos diversos onde ao vencer ganhamos experiência e dinheiro, compramos itens e equipamentos para melhorar nossos personagens e nos ajudar no progresso da aventura. Enfim, nada que você não tenha visto em algum outro jogo do gênero. 

Os controles também são bem padronizados com outros RPGs do console. Movimentamos os personagens no campo com o direcional, o mesmo serve para selecionar opções em menus diversos, o botão A confirma ações e serve pra conversar/revistar. O B cancela opções, volta telas nos menus e se manter pressionado no campo faz o personagem correr. O X acessa o menu de campo e por fim os botões R e L são usados para alternar páginas específicas no menu e nos combates. O restante dos botões não tem uso no jogo. 


Tela de menu com personagens

Vamos apertar o X então pra vermos o menu. A primeira coisa que vamos ver é uma tela com informações básicas junto dos retratos dos nossos personagens. Opções como itens, equipar, magias e etc que são comuns nos Final Fantasy por exemplo, aqui já são diferentes. 

Selecionando um personagem e apertando A se apertar para frente ou para trás no direcional vamos alterar o posicionamento em combate entre as filas da frente ou de trás e isso funciona igual Final Fantasy desde o II. Personagens na frente causam e tomam mais danos, enquanto os que ficam na traseira causam e recebem menos danos. O único problema aqui em relação aos FF é que não temos armas de longa distância, então um personagem na fileira de trás não vai ter benefícios como atacar de longe. Também vale mencionar que podemos reordenar personagens, o que não trás nenhum efeito na jogabilidade apenas estética. 

Tela de status

Se pressionamos A duas vezes em um personagem vamos ver a tela de status. Aqui além de vermos os… status… vamos poder gerenciar o equipamento do personagem, e logo vamos notar um ponto diferente do jogo. Podemos equipar até 3 armas nos personagens, facas, espadas e lanças ocupam um stock como o jogo chama, porém algumas espadas e os martelos são armas de duas mãos e vão ocupar dois stocks deixando apenas duas armas equipadas no personagem e um único personagem tem apenas armas que ocupam os 3 stocks de uma vez. O restante do equipamento é padrão e pode ser livremente equipado no seu personagem para aumento de defesa entre outros atributos, somente se limitando à compatibilidade do personagem. 

Skills do personagem sendo exibidas

Ainda na tela de status, se pressionamos R ou L vamos ver as habilidades especiais que cada personagem possui. Nesse jogo as habilidades especiais são ligadas ao tipo de arma que cada personagem usa e ganhamos novas habilidades ao subir de nível. Pra usar alguma habilidade em combate vamos consumir TP, o equivalente ao MP nos jogos, e só podemos usar as habilidades se tivermos uma arma do tipo da habilidade equipada, até mesmo as habilidades de cura só podem ser usadas em combate se o personagem estiver equipando uma Medical Box, mas fora dos combates podemos usar as habilidades de cura sem restituição do equipamento. Um ponto diferente do jogo na hora de usar uma habilidade de cura fora do combate é ele exibir um menu com opções de uso. Vamos ter opções pré definidas do tipo usar uma vez em um personagem, usar em um personagem até recuperar tudo, usar em todos os personagens uma vez e usar até recuperar todo mundo, parece um pouco estranho no começo mas até que é conveniente. As únicas habilidades que não requerem equipamento são as da categoria mão livre, essas são técnicas variadas que vão desde jogar uma pedra no oponente (bem útil com personagens mais fracos) a técnicas de contra ataque e imobilização. 


Menu inicial com os saves

Magia como é comum em jogos de RPG, com bolas de fogo, rajadas de vento e afins aqui não se fazem presentes. Um diferencial peculiar já que esse tipo de coisa é meio que marca registrada desse tipo de jogo. Aqui o mais perto que temos são as habilidades de luz que são usadas por personagens que podem equipar armas de cristal. São bolas ou rajadas de luz que causam dano elevado nos inimigos. Nem todos os personagens usam esse tipo de arma e habilidade, se observar bem, quem pode usar tem algo em comum dentro da lore, mas não vou falar aqui pra evitar spoilers. 

Eu gosto do sistema de equipamentos e habilidades especiais do jogo. Lembra um bocado os jogos da franquia SaGa da Square, onde as habilidades são atreladas as armas mais do que aos personagens em si, e em vários jogos da franquia temos liberdade pra usar mais de um tipo de arma nos personagens. O único defeito que eu vejo em Eien no Filena é com relação às armas de cristal. Se equipar uma espada de cristal por exemplo, não vamos poder usar as técnicas comuns de espada somente as de luz, isso prejudica um bocado porque muitas técnicas de armas comuns são boas, porém uma arma de cristal tendo ataque maior causa mais danos. E ainda tem o ponto do consumo de TP, as técnicas de luz consomem muito. 


Na lojinha


Ainda no menu do jogo, sem selecionar um personagem aperte R ou L para acessar a tela de itens. Aqui vamos encontrar logo de cara dois itens importantes, o Diário da Filena que é o item usado para salvar o progresso no jogo, inclusive o jogo permite salvar em qualquer ponto se não estivermos numa cena ou em combate , use e abuse disso porque é útil. Também vamos ter o PDA da Lila, esse item dá acesso para as configurações do jogo, vamos poder ajustar pouca coisa aqui, além de configurar a IA caso seja da sua vontade deixar a CPU controlar algum personagem em batalha, o que é bem ruim nesse jogo, a CPU é extremamente burra e desperdiça TP atoa. Ela sequer mantém o foco num alvo para eliminar ele mais rápido… eu não recomendo usar.

Menu de configurações

Também podemos aqui organizar o inventário, mas é outra opção mal implementada, o que ela faz é somente agrupar os itens eliminando espaços vazios na listagem, não temos aqui uma opção que coloca os itens de cura por cima na lista, vira uma bagunça já que o jogo oferece uma boa gama de itens usáveis em combate para efeitos diversos, inclusive recomendo muito o uso deles, por isso uma organização melhor seria bom. Muitos desses itens ajudam bastante com inimigos mais fortes. Ah! Vale mencionar que a regra de uso de itens de cura é parecida com as técnicas, com as opções pré definidas de uso. 

Enfim, o menu do jogo é misto, a parte de gerenciamento de equipamentos e os status dos personagens é excelente, não é complicada de lidar e o visual não prejudica a experiência. Já a tela de itens é bem ruim, podiam ter olhado mais para Final Fantasy nessa hora, ter um sistema de organização automática mais eficiente e se possível separar os quest itens do meio dos itens comuns. Não foi a pior coisa que eu tive que lidar no jogo, mas poderia ser mais eficiente. 


Batalha... olha bem como lembra FF

Já vimos o menu então vamos ver como funciona os combates? Aqui é onde vamos encontrar a maior similaridade com Final Fantasy. Assim como na maioria dos jogos da franquia lançados até então, controlamos até 4 personagens em combate, na parte de baixo da tela temos uma janela com o nome dos inimigos do lado esquerdo e do centro para a direita temos nome do personagem, HP do personagem e uma barra que indica o tempo de espera para podermos selecionar uma ação. Basicamente Final Fantasy V e VI. 

Os personagens aparecem de costas pra tela e os inimigos de frente e se você pensou que isso não é parecido com Final Fantasy no Super Nintendo lembre-se que temos o Mystic Quest. 

Quando a barra de tempo se enche as opções básicas são exibidas acima do sprite do personagem. Podemos atacar, defender, usar um item ou fugir do combate. Selecionando atacar vamos ter um menu de opções com a arma equipada no stock 1 e as técnicas disponíveis da categoria de arma, se pressionamos R ou L trocamos o stock e podemos selecionar outra arma equipada ou uma técnica relacionada à ela para atacar. Aqui entra um ponto que precisa ser mencionado, o jogo trabalha com o sistema de carga para ataques  mesmo depois de esperar pelo seu turno e escolher uma ação uma pequena barra amarela vai ser exibida junto da barra branca de espera, quando ela se esvaziar o seu personagem vai executar de fato a ação escolhida e quanto mais forte for o ataque mais tempo de carga vamos esperar. Esse sistema também foi usado em Final Fantasy, mais precisamente no IV e somente na versão japonesa do SNES. 

VS Chefes

Ao final dos combates por padrão recebemos experiência, dinheiro e talvez um item. Mas os valores recebidos são atrelados à formação de inimigos que enfrentamos e não com cada inimigo em si. 

Os status causados por inimigos são poucos. Você pode ficar envenenado, perder a visão, ficar confuso, paralisado ou petrificado. Todos podem ser curados com itens com técnicas de cura e muitos nem chegam a causar grande impacto nas lutas. Se o HP de um personagem acaba ele vai cair, padrão de RPG, mas aqui o jogo tem uma peculiaridade, você pode usar técnicas de cura em um personagem que está com HP zerado fora dos combates. O mesmo vale para recuperar um personagem petrificado por exemplo. Meio errado do ponto de vista lógico mas conveniente demais. Até porque não são todos os personagens que têm habilidades de cura. 

Olha bem a boca dessa árvore...
Agora você não vai desver... kkkkk

Por fim, sobre os combates, acho que nos falta falar da dificuldade. O jogo é ridiculamente desbalanceado. No começo temos inimigos fáceis mas alguns personagens parecem feitos de papel e caem com um golpe, aí do nada o jogo para de bater nos personagens fracos e dá tempo de subir o LV deles. Aí fica ridiculamente fácil, todo mundo cai e não tem desafio algum no jogo… Chega no final do jogo tudo muda de novo, inimigos ficam muito fortes e não caem fácil, mesmo você estando muito forte de tanto Level Up ao longo da jornada e com os melhores equipamentos, aí combates ficam meio arrastados à toa. Para quem joga RPG com certa regularidade vai achar isso estranho já que o comum é o desafio ir progredindo junto da jornada. Em contrapartida, os chefes do jogo (inclusive os finais) são muito fáceis. A maioria é só mandar seus melhores ataques por alguns turnos e eles caem sem muita resistência. 


Cartucho

Enfim, Eien no Filena não é um jogo difícil, os combates são desafiadores às vezes por conta do desafio desbalanceado, mas você não vai passar raiva com isso só vai se cansar um pouco com o encounter rate relativamente alto em alguns lugares. A jogabilidade não é das melhores, mas nem de longe é ruim. Pegar Final Fantasy como inspiração até facilita um pouco lidar com alguns elementos do jogo, já que quem jogou os jogos da Square vai ter certa familiaridade.
A dificuldade definitivamente não vai te travar, mas não saber o que fazer às vezes complica. Mesmo lendo alguns diálogos o jogo não é muito camarada com a ideia de usar itens para progredir a aventura, por isso que eu mencionei que itens de quest deveriam ser separados no inventário. Mas eu acho que falei demais sobre a jogabilidade e, meio que deu pra cobrir tudo o que eu pretendia falar sobre ela. Agora vamos de gráficos… 


Jogo não é bonito mas não é feio...
Tá na média...

Entrando na parte visual temos um jogo relativamente bonito mas não daqueles que chamam a atenção pelos gráficos. Comparando eles com Final Fantasy (de novo) eu diria que o jogo está em algum lugar entre FFV e FFVI… Ele tem cenários mais detalhados que os de FFV mas não tão bonitos como os de FFVI. O jogo faz uso de alguns recursos do SNES para transparência, rotação e distorção, rola até alguns efeitos de paralaxe em cenários de batalha. Mas não temos aqui um detalhe bem comum de muitos RPGs do console, o mapa em Mode7, até porque na história do mundo onde o jogo se passa é dito que os humanos não aprenderam a voar. 

Tecnoliga sempre presente

A ambientação do jogo foge um bocado do padrão fantasia medieval de muitos RPGs. Temos uma mistura de período vitoriano com dias atuais (considerando os anos 90) e uma boa dose de tecnologia futurista (considerando a visão de futuro dos anos 90). 

E o legal é que entrando em algumas casas temos pequenos detalhes comuns como mobília comum misturada com algum aparato saído de um filme de ficção científica. Esse é facilmente um ponto que eu gostei no jogo. Acho legal quando os jogos fogem um pouco do padrão fantasia medieval. Não que eu não goste do tema, mas acho legal ver variações.

Os cenários de batalha do jogo são bem simples no geral e os inimigos seguem o padrão Final Fantasy, sprites grandes e bem detalhados porém estáticos enquanto nossos personagens são no formato SD, ou chobi, como alguns dizem. Os inimigos humanos variam entre soldados imperiais diversos, bandidos e piratas que pertencem à classe Clechia. Também enfrentamos uma boa coleção de máquinas nas instalações militares imperiais. Mas os monstros se fazem presentes no jogo, embora eu não veja os mesmos como monstros em si, mas como fauna e flora que sofreram mutações por conta da poluição causada pelo Império e alguns experimentos aqui e ali. Nada de criaturas mais comuns como slimes, goblins, dragões e afins aqui. 

Uns bicho feio....

Os personagens mereciam umas imagens em tamanho real no jogo mas não rola, ao menos as fotos que aparecem no menu são muito legais, adoro os rostos de lado virando pra tela quando selecionamos um personagem. Mas enfim, Eien no Filena é um jogo bonito, não vejo real motivo pra criticar os gráficos dele, pra um jogo que não pertence às grandes empresas da época os produtores fizeram um trabalho bem legal. Para 1995 eu diria que o jogo está abaixo da média nos gráficos mas esse nem de longe é o ponto mais fraco dele. 


Filena e Lila

Até porque se vamos falar de ponto fraco é da parte sonora do jogo que vamos falar. A trilha sonora de Eien no Filena é facilmente o ponto mais fraco do jogo. Temos uma variedade legal de músicas até, não vamos ter que aguentar poucas músicas com loop curto mas o problema aqui é a falta de carisma, se a história e visual te conquista, as músicas terão um efeito inverso. Você vai ouvir elas no jogo e pensar “ok” e pronto. Talvez você nem lembre de uma música do jogo se ouvir ela tocando em outro lugar e se você tem o costume de ouvir OST de jogo é bem provável que a de Eien no Filena não entre na sua playlist. Pra você que não esperava eu falar algo sobre Final Fantasy aqui, eu digo que esse jogo é o oposto de Final Fantasy Mystic Quest, aqui temos um bom jogo com trilha sonora fraca e lá temos um jogo ruim com trilha sonora excelente. Bora fazer um mod trocando a trilha sonora dos dois de lugar kkkkkkkkkkkkkkkkkk 

Um fato curioso é que podemos ouvir a trilha sonora do jogo no menu. Se selecionamos o PDA da Lila na tela de itens e pressionamos L ou R podemos ouvir as músicas do jogo, como um MP3 player… Uma sacada e tanto, um dispositivo portátil tocando música… Kkkkkkkkkkkkk 

Por fim nos sobram os efeitos sonoros. Nada fora do padrão aqui. Parece até que essas paradas são stock sounds que as produtoras japonesas usavam. Eles fazem bem o papel deles, não são irritantes também. Vozes nem pensar, nem todo jogo é Tales of Phantasia ou Star Ocean, nem Final Fantasy tinha isso, salvo a risada do Kefka… 

A parte sonora é a mais fraca do jogo mas ela não será um fator que vai comprometer a sua experiência com ele. Mas se você gosta de ouvir música dos jogos mesmo sem jogar eles e quer tirar suas conclusões clica AQUI


Mensagem de erro exibida quando o jogo trava

Bem, introduzimos o jogo, falamos um pouco sobre o enredo dele evitando spoilers ao máximo, falamos da jogabilidade, dos gráficos e da parte sonora. Agora eu vou falar do maior defeito que eu encontrei no jogo. Crashes, isso mesmo, o jogo simplesmente travou do nada em momentos aleatórios comigo. Foram 4 ocorrências, e com 2 delas eu perdi o progresso porque o save foi corrompido. Nas vezes que meu save foi de game over, o jogo exibiu uma mensagem de “S-RAM Error” com alguns códigos numéricos e deu reset sozinho, ao voltar pra tela de load não tinha mais save lá. A minha sorte nisso tudo é que estava no começo do jogo então não perdi muita coisa, mas por precaução passei a fazer um save state junto do save. As outras duas ocorrências de travamento foram perto do final do jogo e antes de exibir os créditos finais… Ai o jogo só parou numa tela preta e ficou tocando música mas não levou o meu save embora. Tive de matar o último chefe de novo, mas tudo bem… 

Vale mencionar que tudo isso aconteceu jogando via emulação, então pode ser que os erros não ocorreram jogando com o cartucho no Super Nintendo. 


Joguinho caro sem motivo real

E por falar em cartucho, aqui temos um jogo relativamente difícil de achar e com preços altos. Valores num jogo completo na caixa passam facilmente dos 1000 reais, o que não é muito comum em um RPG em japonês, já que a barreira do idioma afasta muitos jogadores. 

Depois de jogar eu comecei a questionar o valor do jogo. Eu gostei dele, queria ter na minha coleção mas não acho que os valores dele condizem com o jogo em si. Felizmente podemos jogar via emulação, né?

E pra você que não entende japonês nem tudo está perdido, graças ao trabalho dos fãs temos tradução pro inglês, facilitando um pouco pra quem quer jogar. E se você quiser um desafio extra o Retro Achievements, aquele site que habilita conquistas em jogos antigos, oferece suporte pra Eien no Filena, então se você quer desafio extra ou um incentivo pra jogar, dá uma conferida clicando AQUI.


OBS: Pra fazer uso do Retro Achievements é necessário ter uma conta criada no site deles e fazer uso de emuladores que suportam o serviço. Pode ser um fornecido no site deo serviço ou o Retroarch. Quer saber um pouco mais sobre o que é o serviço e como ele funciona? Clica AQUI e veja o vídeo.


Antes da conclusão eu queria deixar umas informações sobre Eien no Filena, não só o jogo, aqui. Foram coisas que eu fui encontrando ao longo da pesquisa sobre informações da obra e tentando achar uns PDF dos livros que eu quero ler.


Coleção de livros com arte da Akemi Takada

  • A arte dos livros é assinada pela artista Akemi Takada, talvez você não reconheça pelo nome mas deve ter visto algum anime em que ela trabalhou desenhando personagens, ela é responsável por desenhar os personagens nas adaptações em anime de alguns dos mangás mais famosos da autora Rumiko Takahashi, como Urusei Yatsura, Maison Ikkoku e Ranma ½. Também é dela a arte de personagens no anime Kidou Keisatsu Patlabor, esse foi exibido no Brasil.
  • Uma adaptação de Eien no Filena em anime foi produzida entre os anos de 1993 e 1994. Foram feitos 6 episódios no formato de OVA e eles cobrem os mesmos eventos equivalentes ao que acontece na primeira cidade do jogo. Claro que tudo é contado de uma forma um pouco diferente e como eu não li o livro não vou saber quem é mais fiel ao material original. Mas eu acredito que o anime seja mais fiel que o jogo. Quer ver o anime? Clica AQUI
  • O estúdio responsável pelo anime é o Estúdio Pierrot, e embora a Akemi Takada tenha trabalhado com o estúdio durante os anos 80 em vários projetos, ela não participou do time de produção do anime de Eien no Filena.
    Minky Momo

  • O autor dos livros, o Takeshi Shudo, era um cara bem ativo na produção de animes e mangás, até na própria adaptação animada de Eien no Filena ele trabalhou. Ele é o criador da personagem Minky Momo. A garota mágica mais popular dos anos 80 talvez. A fórmula criada ali foi tão popular que incentivou o Estúdio Pierrot a criar animes com a mesma fórmula, a personagem Creamy Mami além das suas sucessoras Percia, Magical Emi e Pastel Yumi são alguns exemplos. E todas elas foram ilustradas inicialmente pela Akemi Takada. 
  • Gosta de Pokemon? O mesmo Takeshi Shudo é responsável pelo script de diversos episódios do anime clássico, aquele que você via no programa da Eliana. Além das ideias para os 3 primeiros filmes do anime.


Agora sim vamos concluir. Eien no Filena foi uma surpresa pra mim, de início quando testei no emulador e vi o jogo parecer com Final Fantasy, depois quando vi o anime e vi que a história era bem interessante, aí jogando o jogo eu só fiquei com mais vontade de ler os livros do que nunca. Infelizmente eles não foram lançados em formato digital, o que dificulta ainda mais para achar. 

Calendário promovendo o jogo de SNES

O jogo é bem mediano eu diria, tem bons pontos, não é o RPG mais original que eu já vi, mas dá pra ver que os produtores tentaram fazer o melhor com o que eles tinham. Tirando os travamentos e perdas de save eu tive uma experiência satisfatória com o jogo. Não diria que perdi muito tempo com ele. 

Eu gostaria de tê-lo na coleção mas não acho o preço justo de nenhuma forma, então fica na vontade de ter. Depois de tanto jogar eu apelidei ele carinhosamente de Final Fantasy da Shopee, tanto que usei o apelido no título do artigo. Acho que se você gosta de Final Fantasy do SNES e de uma boa história esse jogo é uma boa recomendação. 


Eu encerro por aqui mas fico no aguardo dos comentários de vocês. Quero muito saber se você já teve contato com o jogo nem que seja por 5 minutos no emulador. Pode inclusive falar “esse jogo é uma porcaria” mas comenta aí. Sua opinião é muito importante pra mim. Sem mais delongas, até a próxima. 



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