Você costuma jogar um mesmo RPG duas vezes em seguida? Tirando os que possuem um New Game+ é bem raro de eu rejogar um RPG no geral. Ainda mais em seguida.
Mas o que aconteceu aqui foi mais pela curiosidade e intuito de comparar experiências, afinal, estamos lidando com o mesmo jogo em versões de consoles diferentes, bom clica ai em CONTINUE LENDO e vamos ver como ficou a versão de Super Nintendo
Não leu o artigo sobre o jogo no PC Engine? Clique AQUI e confira, depois volte aqui para ler e entender melhor.
| Caixa do jogo |
Em 1995 uma versão pro Super Nintendo foi lançada, essa foi produzida pela Alpha System e publicada pela Media Works. Exclusiva do mercado japonês, essa versão é adaptada da versão do PC Engine então ela carrega vários elementos de lá, porém ela tem muitas diferenças, e foi por isso que eu decidi jogar ela logo em seguida.
| Parte de trás da caixa |
Eu não diria que isso estraga a experiência com o jogo de forma alguma, até porque se eu não conhecesse a história original eu nem mesmo poderia comparar. Podemos dizer que é uma releitura, nem sempre nos agradamos com tudo.
Algumas mudanças se deram por conta de censura, partes relacionadas à mortes mais pesadas, até alguns diálogos mudaram um pouco. É compreensível já que a política de conteúdo da Nintendo é diferente da NEC, embora a Nintendo japonesa fosse mais leniente que a americana na época.
| Tela de título |
No começo eu estranhei os controles, não que seja problema, mas jogar uma versão e acostumar com controles e atalhos e jogar outra com diferenças logo em seguida faz isso. Acho que não é só eu que quando termina um jogo e vai jogar outro parecido logo em seguida dá uma confundida nos controles quando tem diferenças né? Kkkkkkkkkkk
| O menu foi todo refeito e ficou muito melhor |
A primeira melhoria é podermos ver o quanto temos de dinheiro assim que abrimos o menu, algo que só era exibido na tela de status de algum personagem. A lista dos personagens na party ainda é exibida, mas agora podemos ver o LV dos personagens além do Atrushan e da Tamryn, embora eles ainda não subam de LV ganhando EXP.
A primeira opção do menu é para ver os status de um personagem da party. Embora o visual seja diferente do que tínhamos no PC Engine, a função é bem a mesma. Só ver os status do personagem.
A próxima opção é a de conversar entre os membros da party presentes. É exatamente a mesma coisa que já tínhamos na versão de PC Engine e que aqui podemos fazer com o botão L. Continua sendo uma função útil para quando nos perdemos e ainda temos os diálogos bem humorados da outra versão.
| Usando itens |
A próxima opção é para equipar os seus personagens, outra maravilhosa melhoria em relação ao menu do PC Engine mas um cadinho diferente do padrão dos jogos mais convencionais. Não escolhemos um personagem para equipar diretamente cada peça de equipamento. Aqui temos uma lista dos equipamentos na esquerda da tela e na direita os personagens da party. Aí vamos movendo o cursor pelos equipamentos disponíveis e uma pequena seta para cima ou para baixo indica o aumento ou redução dos atributos do personagem cujo equipamento é compatível. Um pouco confuso no começo mas é mais eficiente do que na versão de PC Engine.
| Mapa de Ishbarne na versão de SNES |
A opção de configuração é a próxima. Aqui temos algumas coisas pra ajustar e algumas funções que eram da opção Party no PC Engine foram movidas pra cá. A primeira coisa que temos aqui é a velocidade do texto, sempre no mais rápido possível, ou você quer ficar vendo caracteres se arrastando na tela? Kkkkkkkkkk. Também temos a opção de mudar a velocidade de movimento no campo, também pro mais rápido heim. A opção de ordenar a party pra hora da luta também está aqui, bem como a de formação em campo de batalha, existem mudanças no desafio então recomendo usar mais que no PC Engine essas funções. Por fim temos mais duas opções, uma que muda o fundo do menu para personalizar um pouco e outra para ajustar o som entre Mono e Stereo.
E a última opção do menu é aquela que é muito útil. O diário. Aqui você pode salvar o seu progresso ou carregar um jogo previamente salvo. Assim como na outra versão, o save é liberado em todo lugar no campo, salvo um único ponto na história. Esquece de salvar não heim, fica a dica.
Enfim, o menu de campo foi uma das melhores evoluções entre o PC Engine e o SNES. Ter um menu mais próximo do que vemos em RPGs mais famosos facilita a experiência e sinceridade, tudo ficou bem mais organizado. Isso pra mim é sempre bom. Alguns itens foram renomeados para ficar mais fácil de entender o uso deles mesmo sem uma descrição, embora o jogo exiba uma nos menus.
| Agora temos um mapa como nos RPGs mais populares |
| A nossa aventura ainda começa em Draguria |
Essa foi uma das mudanças que eu mais odiei no jogo. Não é ruim de fato, mas um dos pontos que eu achei legal lá no PC Engine eram as grandes áreas abertas. Fora que o mapa se tornou algo bem inútil aqui já que não temos mais acesso à ele nas dungeons.
Por falar em dungeons tivemos outras mudanças aqui. A grande maioria delas foi drasticamente reduzida no tamanho, os labirintos deixaram de existir praticamente. Algumas dungeons foram removidas do jogo ou se fundiram com outra. Sem acesso aos mapas acho que foi uma boa decisão, imagina ter um labirinto e se perder o tempo todo.
Dentre todas as mudanças do jogo eu diria que as do campo foram as que menos me agradaram, tentaram aproximar o jogo dos RPGs mais populares e esqueceram que um diferenciais do jogo estava no mapa ou na forma como os lugares eram dispostos, no desafio dos lugares que eram verdadeiros labirintos.
| Os combates mantém a essência mas a IA... |
A primeira mudança notável é que os pontos de ação que apareciam junto do personagem agora são representados por uma barra no topo da tela, a função é a mesma, só muda a forma de mostrar. Também temos uma representação da área que podemos andar no nosso turno com o Atrushan, um quadrado mais claro no campo representa isso. Ele vai diminuindo à medida que gastamos nossos pontos de ação.
Outra mudança é em relação ao layout, a essência segue sendo a mesma. Temos as informações nossas exibidas no lado esquerdo mas a janela de informações virou história, dados como dano, quantidade curada de HP entre outras agora são exibidas com números em cima do personagem na hora da ocorrência, o que é bem padrão nos RPGs.
No menu de combate as mesmas funções que já estavam lá permanecem. Temos uma mudança de nome, a opção Pass virou Defend, a função é a mesma, o Atrushan vai passar o turno e ficar na defensiva. Usar item é a mesma coisa, assim como dar ordens segue sendo inútil já que não te obedecem kkkkkkkkkkkkkkkkkk
Fugir dos combates ficou mais fácil em relação ao PC Engine. A taxa de sucesso está bem maior, mas eu sigo não recomendando a fuga, as batalhas ainda te recompensam muito bem pra ficar fugindo.
| Manual destacando o DRAGON CHANGE |
No final das contas os combates estão praticamente iguais, tem um defeito que eu vou mencionar daqui a pouco, mas a quantidade de acertos foi maior. Não removeram nada que prejudicasse a experiência e a adição do Dragon Change foi ótima.
| Não é tão difícil sobreviver no jogo |
Não vamos sofrer tanto no começo quanto era no PC Engine quando estávamos sozinhos sem nenhum membro adicional na party. Nos combates a dificuldade aumentou mas não porque os inimigos estão fortes e sim porque a IA dos seus personagens tá péssima, eles são notavelmente mais burros. A Tamryn fica spammando magia de buff, os demais vão atacar quem eles não precisam atacar e o pior de tudo são os usuários de arco que andam e desperdiçam pontos de ação. Com esse modo mais burro de agir dos personagens alguns combates vão durar mais. Os desafios da arena ficaram bem mais difíceis do que no PC Engine, botaram inimigos bem avançados no jogo logo de início. As side quests foram completamente removidas, o que é péssimo. Eram histórias legais e excelentes recompensas. Mas o jogo adicionou duas side quests únicas dele, uma é bem fácil de fazer e a outra vai te dar raiva, ainda mais se você não gosta de minigames.
| Os cassinos agora não tem tigrinho e nem dragãozinho... temos coelhinhas... |
| Visualmente o jogo é bem bonito |
O mapa que substituiu as grandes áreas talvez seja a parte mais simples visualmente, não é ruim, até faz algo que eu sempre digo que é a marca registrada dos RPGs do SNES que é ser exibido com Mode 7 para simular 3D.
Os sprites dos personagens e NPCs são facilmente o melhor upgrade gráfico, eu tinha mencionado que no PC Engine víamos algo além do ciclo de caminhada padrão né? Então… os caras dobraram a aposta aqui, temos muito mais animações diferentes para os nossos personagens e também para os NPCs, algo que eu achei sensacional. Muitos RPGs famosos não têm metade do que colocaram em termos de poses e animações de sprites que temos aqui.
| Os combates foram a maior evolução visual |
| Ainda temos boas artes mas não o bastante |
Mas se não temos cenas animadas, como o jogo fez pra mostrar os momentos em que uma era exibida desde os tempos do PC88? Simples, mais sprites diferentes, lindos diga-se de passagem. As cenas são todas representadas com os gráficos do jogo e muito bem representadas. É claro que eu prefiro as cenas animadas do PC Engine, mas caramba como eu adorei ver algumas delas feitas com sprites. Algumas cenas onde vemos dragões mostram até sprites grandes, algo legal de ver nos jogos de RPG. Outras cenas aproveitam para exibir uma imagem estática tirada das cenas do PC Engine para aumentar o impacto.
| Cenas animadas no PC Engine são feitas com sprites no SNES... ficou bom... |
| Super Mario Bros 3? |
Quer ouvir e comparar?
AQUI e AQUI tem a OST do PC Engine
AQUI tem a OST do SNES
Os efeitos sonoros também foram refeitos e pra melhor. Nada contra os do PC Engine, eles faziam o trabalho deles mas aqui tá tudo muito melhor. Os sons das magias, principalmente, são infinitamente mais agradáveis. Algumas coisas que nem mesmo tinham som no PC Engine passaram a ter aqui.
Considerando que estamos com um cartucho ao invés de um CD as vozes também devem ter ido embora também né? Bem, não necessariamente. Os diálogos falados nos momentos importantes ou nas cenas animadas obviamente foram removidos já que não caberiam. Mas ainda podemos ouvir o Atrushan ou a Tamryn chamando um pelo outro, por exemplo.
| O manual destaca o uso de vozes |
Além disso, o jogo diz ter um sistema dinâmico de vozes nos combates, onde personagens falam coisas diferentes em determinadas situações. Por exemplo, se o Atrushan estiver próximo de inimigos e levar muito dano ficando à beira da morte, a Tamryn vai usar magias de cura nele, mas ao invés de dizer o nome da magia ela manda um “Atrushan no bakka!”. Também temos outros diálogos com outros personagens com situações assim. Eles são bem aleatórios, não é sempre que vamos ver um deles então fica legal.
Defeitos nas vozes? Temos também. Apesar de terem mantido os dubladores do Atrushan, da Tamryn e do Ostracon (grande Kaneto Shiozawa) todo o restante dos personagens tiveram vozes mudadas, e da pior forma possível, vários personagens têm a mesma voz somente distorcida pra mudar um pouco o timbre. E as vozes são muito abafadas por conta da compressão.
| Olha o passarinho |
A experiência geral do jogo foi ok. Perdi um save mas não foi culpa do jogo, foi arquivo corrompido pelo PC desligando fora de hora e a bateria do nobreak me deixando na mão. Jogar no trabalho tem suas vantagens e desvantagens kkkkkkkkkkkkkkkkkk
No geral não encontrei nenhum bug grande ou algo que quebrasse a experiência, só uma ocorrência curiosa aconteceu. Durante um combate, como não se pode atravessar por cima de outras unidades, amigas ou inimigas, um monstro congelou um personagem meu e se prendeu no canto da tela entre o meu personagem congelado e outro inimigo. A CPU nunca passa o turno e esse inimigo é do tipo que congela os outros e foge pra longe. Logo ele ficou lá parado e o jogo ficou no softlock. Aí você entende melhor porque eu digo que se tem save em qualquer lugar é bom salvar sempre né?
| Jogo completo... não é o meu... Me falta o manual :-( |
Pra você que não entende nada de japonês o jogo já ganhou tradução pro inglês feita por fãs, tanto que a maioria dos prints no texto são da versão traduzida. A tradução é bem completa e você pode jogar tanto no emulador quanto num console real com flashcart ou com cartucho reprô, inclusive é possível encontrar alguns para vender por valores diversos já com o jogo traduzido.
Se você quer aquele desafio extra, Emerald Dragon do SNES tem o set de conquistas no Retro Achievements garantido. Observando aqui, o desafio é bem tranquilo, não pedem nada fora da curva para jogadores casuais. Confira o set do jogo clicando AQUI
| Página do jogo no RA |
Enfim estamos chegando no momento de perguntar. Qual é a melhor versão de Emerald Dragon entre PC Engine e SNES? Eu digo que a resposta depende de você, ambas as versões são boas, a experiência é diferente e igual ao mesmo tempo. Na minha preferência a versão de PC Engine é por um pouquinho só a minha favorita. Embora a versão de SNES tenha melhorado muita coisa eu fico com a de PC Engine por conta da história e das cenas animadas. Tem eventos ali que me impactaram no jogo e eu não gostei de como mudaram eles no SNES.
Mas vamos fazer o seguinte, um resumo aqui e você pode decidir nos comentários qual você acha melhor.
| Livro ilustrado do jogo... queria... |
Em jogabilidade o SNES dá um belo banho no PC Engine, o menu é milênios mais útil e organizado, porém a IA dos aliados controlados pela CPU ficou patética.
Em gráficos o SNES leva vantagem no campo e principalmente nas batalhas, mas nas animações que eram um destaque desde a versão original do PC88 ele praticamente não tem nada a oferecer.
Na parte sonora o SNES tem OST mais bonita mesmo sem CD e os efeitos sonoros são melhores, já o PC Engine ganha disparado na parte dos diálogos falados e as músicas ainda são muito boas.
E aí já decidiu qual você prefere? Não esqueça de me dizer nos comentários.
Para concluir então. Emerald Dragon já era bom no PC Engine, e continua bom no SNES. É um jogo diferente e ao mesmo tempo igual que pra mim valeu a pena jogar ambas as versões. E ainda digo mais eu jogaria ele de novo só que dessa vez eu iria pra versão definitiva das antigas, a do FM Towns.
Até coloquei dois jogos da Right Stuff na lista pra jogar um dia. Quem sabe não aparece review por aqui.
Eu me despeço deixando um spoiler do próximo review. Vai ser um dos melhores RPGs desconhecidos do SNES. Pensem aí e até a próxima.










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